Ano após ano a participação do Brasil no comércio exterior vem crescendo. Em 2016, o valor total das importações Brasileiras foi de US$ 140 bilhões, apenas três anos depois, em 2019, o valor acumulado total do ano chegou ao número de US$ 177,344 bilhões*, um aumento superior a 25%.
*Este é o valor do acumulado das importações em 2019 segundo o MDIC.
E essa tendência só tender a crescer, seja pelo menor custo do produto estrangeiro em geral, pela qualidade ou, quem sabe, pela maior variedade de produtos que o mercado externo oferece expandindo as possibilidades de consumo. Por conta desses e diversos outros benefícios, muitos empresários se perguntam se vale a pena começar a importar e como verificar a viabilidade do processo.
Pensando em uma resposta para a pergunta escrevi esse passo a passo. Espero conseguir ajuda-lo a definir se começar uma importação vale ou não a pena no seu caso. É importante frisar que, aqui, estamos fazendo uma análise de viabilidade básica, esse não deve ser o único parâmetro.
1. Quais produtos eu posso importar?
Qual o segmento da sua empresa? Uma indústria que necessita de matéria prima? Uma rede de lojas varejistas que precisa de produtos acabados?
Pergunte-se qual a necessidade da sua empresa que, hoje, é abastecida pelo mercado interno, mas pode ser atendida por fornecedores de outros países. Defina uma lista de um ou alguns produtos para iniciar e coloque-os em uma planilha com preços e quantidades praticadas hoje no mercado nacional.
2. Qual o custo do(s) produto(s) no mercado externo?
Agora que já definimos quais são os produtos e os preços praticados no mercado interno é hora de ver o quanto eles custam no mercado internacional. Para conseguirmos preços referenciais, podemos utilizar grandes portais internacionais como:
Você pode pesquisar o nome do seu produto nesses sites e obter a média de valores praticados pelos fornecedores estrangeiros, depois disso, colocar os resultados obtidos na planilha criada no tópico anterior, é uma boa alternativa para a comparação.
3. Qual a classificação dos produtos?
Todo e qualquer mercadoria que circula no Brasil tem um código chamado NCM (Nomenclatura Comum do MERCOSUL), é por meio dele que obtemos os tributos e suas respectivas alíquotas incidentes sobre o produto.
Para descobrir o código NCM específico de um produto você deve acessar o portal do Siscomex e procurar por meio dos capítulos dispostos site.
4. Simular os custos da importação
Essa é a principal etapa da viabilidade básica: já sabemos qual o valor do produto no mercado externo e as alíquotas tributárias incidentes, agora é preciso calculá-las da maneira correta, para isso existem três opções:
Simulador tributário RFB: A Receita Federal dispõe em seu site de um simulador básico onde você insere o NCM e consegue calcular as alíquotas na importação.
Simulador de importação INDEX: O site da Receita é uma boa opção para fazer os cálculos. No entanto existe um simulador de importação gratuito chamado INDEX. A partir dos dados que coletamos acima, essa ferramenta entrega os cálculos e diversos valores em PDF, além de permitir a inserção do valor do frete e seguro da carga.
Aprenda a calcular os custos de importação “na mão”: A última opção é a mais complicada. Você pode, em vez de usar ferramentas, aprender a fazer os cálculos. Esse guia da Receita Federal explica como funciona a base de cálculo na importação.
Se após a conclusão da viabilidade básica o custo do produto obtido é consideravelmente mais barato que o praticado no mercado interno é extremamente interessante se aprofundar mais no assunto.
É importante frisar que, com esse passo a passo, conseguimos uma estimativa de valores, entretanto, existem diversos outros fatores e custos envolvidos. Para obter valores assertivos é necessário o auxilio de profissionais especializados em comércio exterior.